quinta-feira, 10 de maio de 2007

O MEU FADO

para Coimbra.

Coimbra cantou e com virilidade

A sua castiça canção – o fado.

Fê-lo com toda a verticalidade

E com o melhor que se tem marcado.

Coimbra não vai, ao sabor da voga.

Coimbra não quer parecer, quer sê-lo

Consciente quando quer e se arroga –

Canto sério, viril, sabe fazê-lo!

As assobiadelas e as vaiadas

Nada puderam contra a seriedade

Firmeza e beleza das ‘baladas’

Entoadas com brilho e à-vontade!

E as guitarradas, senhores, que timbres!

Que divinais acordes nos beijaram

Aquelas notas que soaram tão firmes,

Com que empolgamento as dedilharam!

Não fiquem por aí – sois a Nação

Equilíbrio num porvir tenebroso

Cintilar do farol ao Guia ansioso!

Continuai a ser uma lição!

(Calmatites)

Lisboa, Junho de 1978.

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