terça-feira, 30 de outubro de 2007

Memórias de um Bancário

Revoltado com a situação em que se encontrava pois, foi reformado num escalão abaixo daquele em que tinha desempenhado funções, escreveu este desabafo. Aqui vai sem mais comentários.

Porquê?

No mais alto expoente dialético

De exaltados abrilistas declarados

As palavras inflamadas e doridas

Na defesa dos Sagrados direitos

Dos bípedes pensantes que somos

Resultam às vezes ofensivas

Desses mesmos direitos espezinhados

Antes e depois de serem.

Claro que houve uma geração que de sindicatos não viveu.

Mas essa geração produziu a matéria que hoje proporciona à actual geração o poder constitucional espontâneo.

Eis como ninguém a não ser quem por direitos inalienáveis, sindical e verticalmente falando, é esquecido nas malhas contratuais

Olhai – poderosos de antanho –

A triste figura que fizestes!

Por ventura as vítimas causadas terão sido menos que as actuais?

Teriam menos merecimentos que os luminares da actualidade?

Temos contratos verticais!

Hoje sem curvaturas espinhais não se admite que os gestores responsáveis se esqueçam...Ai deles,

De cumprirem o estipulado no Anexo Segundo, de aplicável percentual ao Anexo VI... Mas alto aí!

Quanto ao número cinco e o número seis da cláusula centésima trigésima quarta cuidado! Isso é só para «os depois» esqueçam «os antes» para nosso gozo.

Esses fósseis que continuem a aguentar dificuldades.

Já estão habituados!

Mas para mostrar quanto somos magnânimos vai esta cláusula:

- Para os que tiveram inspiração quase profética e vieram embora tardiamente para a Banca

- Oferecer-lhes contagem de tempo não prestado, embora, à causa, mas prestado ao Estado... Para efeitos de reforma especial.

- Brindemos esses novos colegas contando-lhe mais Dez... Vinte e vai: centésima trigésima nona (A “nona” é uma fruta apetecível.).

- E esta cláusula é justa. É sim senhor!

- Quanto aos esquecidos da outra, esquecidos sejam por esta nobilíssima, apoupadissima geração não bancária.

Assim seja e se faça para que aprendam de futuro a não ter arreganhos, vaidade!

Lisboa, 1983 – Memórias de um bancário!...

(Calmatites)

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