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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Sempre...
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quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Aniversário
Soneto
7 de Novembro de 1960
À Rosarito.
Honorato Freitas
(Não resisti! Desculpem a imodéstia, mas tinha que aproveitar a proximidade do dia 7 para recordar a capacidade de amor do meu Pai.)terça-feira, 30 de outubro de 2007
Memórias de um Bancário
Porquê?
No mais alto expoente dialético
De exaltados abrilistas declarados
As palavras inflamadas e doridas
Na defesa dos Sagrados direitos
Dos bípedes pensantes que somos
Resultam às vezes ofensivas
Desses mesmos direitos espezinhados
Antes e depois de serem.
Claro que houve uma geração que de sindicatos não viveu.
Mas essa geração produziu a matéria que hoje proporciona à actual geração o poder constitucional espontâneo.
Eis como ninguém a não ser quem por direitos inalienáveis, sindical e verticalmente falando, é esquecido nas malhas contratuais
Olhai – poderosos de antanho –
A triste figura que fizestes!
Por ventura as vítimas causadas terão sido menos que as actuais?
Teriam menos merecimentos que os luminares da actualidade?
Temos contratos verticais!
Hoje sem curvaturas espinhais não se admite que os gestores responsáveis se esqueçam...Ai deles,
De cumprirem o estipulado no Anexo Segundo, de aplicável percentual ao Anexo VI... Mas alto aí!
Quanto ao número cinco e o número seis da cláusula centésima trigésima quarta cuidado! Isso é só para «os depois» esqueçam «os antes» para nosso gozo.
Esses fósseis que continuem a aguentar dificuldades.
Já estão habituados!
Mas para mostrar quanto somos magnânimos vai esta cláusula:
- Para os que tiveram inspiração quase profética e vieram embora tardiamente para a Banca
- Oferecer-lhes contagem de tempo não prestado, embora, à causa, mas prestado ao Estado... Para efeitos de reforma especial.
- Brindemos esses novos colegas contando-lhe mais Dez... Vinte e vai: centésima trigésima nona (A “nona” é uma fruta apetecível.).
- E esta cláusula é justa. É sim senhor!
- Quanto aos esquecidos da outra, esquecidos sejam por esta nobilíssima, apoupadissima geração não bancária.
Assim seja e se faça para que aprendam de futuro a não ter arreganhos, vaidade!
Lisboa, 1983 – Memórias de um bancário!...
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Revolução.
Revolução
Era uma vez uma nação
Que prosperava a olhos vistos!
Veio depois uma Revolução
Com partidos ditos mistos.
Com ordens mais que insensatas
Ficaram cegos e assanhados
Tornaram-se assim “vira-latas”
Sob a capa de iluminados!
Preguiçosos por natureza
Fizeram provisoriamente
Com definitiva esperteza
Descolonizar muita gente
Moveram-se Armadas Forças
Que outros desarmaram por bem...
Apressados como corças
Numa Homérica retornagem
Nasceu uma onda furiosa
E que – quais ginetes sem freios –
Formaram corrente chulosa
Ocupando os bens alheios...!
Os feitores de golpe estatal
Esfregaram as níveas mãos
E no seu foro intestinal
Sorriam... Bons cidadãos!
É tão fácil destruir tanto
Que nem vale a pena dar tempo
Valores de irmãos, entretanto...
É apenas um contratempo!
Mas isso de sentimentalões
Estrangeiros hão-de resolver
Com uma ponte de aviões
Para cá alguns vão trazer...
Salvam-se assim as aparências
De que tudo se faz e bem
Sem ser preciso competências
Abandonar é que convém!
Para a sonhada sociedade
Que nasceria de sintético
Parto-sem-dor... Calamidade!
Adveio aborto mui tétrico.
Tudo em nome do “nosso povo”
Bode expiatório propício
Ao excentrismo de Moscovo
Por seu “líder”, por seu Fenício.
Os rubros cravos suavizantes
Emurcheceram bem depressa
Devido aos bafos escaldantes
Para ser cumprida a promessa.
Termino esta sucinta história
Esperando que bom-senso
Ganhe com lucros a vitória,
Pois o sofrimento é intenso.
(Calmatites)
Lisboa, Janeiro de 1976.
terça-feira, 31 de julho de 2007
JUSTIÇA SOCIAL
JUSTIÇA SOCIAL…
Só como introdução, sem tentar dar a imagem de descrição de um drama, começo por dizer que em 18 de Abril de 2005 fiquei sem o meu marido vítima de sepsia adquirida em internamento na Unidade de Queimados do Hospital de Santa Maria. Sou professora do Quadro de Escola desde 1988, por isso mesmo funcionária do Estado Português. No final de 2006 foi-me solicitado preencher um documento para actualização de dados, em que, como é lógico, tive de alterar o meu estado civil de casada para viúva. Em resultado dessa actualização de dados passei a pagar, em 2007, mais 130 Euros por mês para o desconto do IRS, pois solteiros, divorciados e viúvos encontram-se no mesmo escalão do IRS e descontam mais do que os casados. Sinceramente, não percebo a lógica da situação fiscal. Senti-me como se estivesse a ser castigada pelo facto de ter ficado viúva. Como se houvesse possibilidade de escolha!!!
Enfim, surge a altura em que declaramos rendimentos e despesas às Finanças e, como consequência vou ter que pagar ao Fisco, para além de todos os descontos e despesas de 2006, mais 900 Euros, porque em 2006 o meu patrão não actualizou dados e não me foram descontados os tais 130 Euros por mês para o IRS.
Senhor Primeiro Ministro, Senhor Ministro das Finanças, Senhora Ministra da Educação: estão a divertir-se à custa de quem trabalha e tem a infelicidade de perder o cônjuge?
Porque é que os viúvos, na função pública, são tratados como se tivesse sido escolha sua a perda que sofreram?
Isto é justiça social?
Já para não falar do facto de os Atestados Médicos que me vi obrigada, por motivos de saúde óbvios, a utilizar após o falecimento do meu marido me terem penalizado no concurso para Professora Titular pois, as faltas dadas por doença, foram pontuadas negativamente. Toda esta situação não se compadece com o facto, de todos sabido, dos congelamentos na progressão na Carreira e da consequente perda de poder de compra.
Ao chegar a este momento dei comigo a pensar que é pena não possuir a veia poética do meu Pai para ser capaz de ironizar. Resolvi então procurar nos seus escritos algo que se pudesse adaptar e encontrei…
Nunca mais
Volvidos trinta e tal anos de andanças
Pela Banca não rota ainda do País
Ousei esquecer créditos por livranças
E outros mais que são da causa raiz.
Embora possam julgar ser lívida
Esta peroração assonetada
Vejam quão substancial é a dívida
Que talvez nunca mais será saldada.
Por isso é que nem com cheques cobertos
Letras a curto prazo e descontadas
Créditos ordenados ou abertos
Jamais poderão vir a ser saciadas
As “parti-ganâncias” qu’andam por’i
Corneto p’ra mim – corneto p’ra ti.
(H. F.)
Sem data
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Programa “Música e não só” da Rádio Renascença
Postal
Sentei-me à mesa do Bar
Com este postal à frente
P’ró Santo António ditar
O que quer dele esta gente
Santo António pensativo
Fez-me a sua confidência:
Nada é mais cansativo
Qu’uma injusta exigência.
Santo António é assim.
Prometeu para mui breve
Um suculento festim
Prós maquinistas em greve!
24 de Junho de 1981
Honorato Gonçalves Henriques de Freitas
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Para ti Amália

Para ti Amália
Uma torrente amena
De saudade m’invade
É por causa da melena
Que não tenho vaidade
Amália não t’abatas
Não vergues o teu dorso
A vida e voz sem datas
Serão d’Amália sem esforço
O valor desta escrita
Só o será cantado
Por sua voz infinita
De som nunca igualado.
Aceite deste anónimo
Admirador que é teu
E se isto é sinónimo
D’amor – eu sou Romeu!
(Calmatites)